Qual a diferença entre pernilongo e mosquito da dengue

Agência Brasil

Qual a diferença entre pernilongo e mosquito da dengue

REUTERS/Paulo Whitaker

Mosquitos de Aedes aegypti são vistos no laboratório da Oxitec em Campinas

A dengue é uma realidade no Brasil, há décadas. Muitas pessoas ainda confundem os pernilongos normais com os transmissores da dengue. As diferenças são muitas e fáceis de identificar.

Para começar, o mosquito da dengue e o pernilongo são mosquitos de famílias diferentes. Enquanto o primeiro é o Aedes aegypti, o pernilongo é o Culex quinquefasciatus. É possível identificá-los tanto durante o voo, “em ação”, quanto em repouso. As cores são diferentes. O pernilongo tem uma coloração uniforme marrom e o Aedes aegypti tem o corpo preto com listras brancas. O tamanho também: o primeiro mede de 3 a 4 milímetros enquanto o segundo tem de 5 a 7 milímetros.

As características e o hábito do voo de ambos também são diferentes. Enquanto o pernilongo tem um voo mais lento e ruidoso (gerando um zumbido), o Aedes aegypti é mais veloz e silencioso e costuma atacar de 9h às 13h. Os pernilongos, por sua vez, agem à noite, a partir das 18h.

Outra diferença está na picada. O pernilongo deixa um pequeno calombo avermelhado e essa marca provoca coceira. Já o mosquito da dengue não deixa marcas e não provoca coceira na picada. Vale lembrar ainda que o Aedes aegypti também é o transmissor da febre chikungunya, da febre amarela e do zica vírus.

Ambos colocam ovos em água parada, mas o mosquito da dengue prefere água limpa e deposita os ovos em vários locais, individualmente. Já o pernilongo coloca seus ovos juntos, em forma de jangada, em água suja, poluída.

Sintomas e prevenção

Chikugunya, dengue e zika, três principais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, tem como sintomas semelhantes febre, dores musculares e em alguns casos manchas na pele. O infectologista Alexandre Barbosa explica que chikugunya também causa dores nas articulações. Já a zica além da febre a doença apresenta manchas pelo corpo e conjuntivite.

O infectologista lembra ainda que o vírus da zika pode causar microcefalia em bebes recém nascidos caso o vírus infecte uma gestante e, em casos graves da dengue, pode haver queda da pressão e hemorragia interna.

Não há remédio específico para tratar essas doenças, os sintomas melhoram com muita hidratação, antitérmicos e analgésicos.

Para prevenir a proliferação da dengue, é necessário evitar acúmulo de água parada em garrafas, vasos de plantas e pneus abandonados, por exemplo. Caso você veja um terreno abandonado com objetos que acumulam água, contate as autoridades sanitárias locais. Na cidade de São Paulo é possível solicitar serviço da prefeitura para fiscalizar terrenos baldios e combater o mosquito da dengue discando o 156.

Este ano o Ministério da Saúde já registrou mais de 491 mil casos de dengue no país com 209 óbitos, mais de 90 mil casos de chikugunya com 11 mortes, e cerca de 5.700 casos de Zika, sem registro de óbitos.

*Com informações do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro (MG).

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